Assalto "estranho" à câmara municipal

<p>A Câmara de Celorico da Beira foi assaltada na madrugada de terça-feira “de forma estranha”, segundo as autoridades. Foram roubados um computador portátil, dinheiro e documentos. </p> <p> </p>
Publicado a
Atualizado a

Todos os últimos presidentes de câmara, e mais recentemente dez funcionários, foram acusados de peculato. O actual inquilino dos Paços do Concelho de Celorico da Beira recusou fazer uma auditoria quando tomou posse.


Na madrugada passada a câmara de Celorico da Beira foi “assaltada”, contou fonte policial. Os ladrões entraram por “arrombamento” e levaram “dinheiro, documentos, uma arma de defesa pessoal e um portátil”, adiantou a fonte. O assalto foi classificado de “coincidente” pelas autoridades. Nos tribunais correm várias acusações contra antigos membros do executivo e funcionários.


Em Janeiro dez funcionários da autarquia foram constituídos arguidos pelas autoridades, por suspeita de peculato. Os suspeitos pertenceram ao executivo municipal em 2001 e 2002 e o processo estará relacionado com “pagamentos indevidos de ajudas de custo” a “funcionários e elementos da vereação da altura”.


Três meses antes a Polícia Judiciária concluiu e remeteu ao Ministério Público, com proposta de acusação, um inquérito por crime de peculato alegadamente cometido por António Caetano, que foi presidente em 2002. Foi acusado, pela PJ, de se ter “locupletado” com bens da autarquia. E, causa um veículo, marca Audi que foi levado da câmara.


Em 2007 Julio Santos, que foi substituído por Caetano em 2002, viu o Tribunal da Relação de Coimbra confirmar a pena de cinco anos e dez meses de prisão em que foi condenado pelos crimes de corrupção passiva para acto lícito, branqueamento de capitais, peculato e abuso de poderes.


No assalto da madrugada de ontem os ladrões deixaram para trás “um molho de chaves, que já foi da autarquia”, afiançou fonte ligada ao executivo municipal. As chaves foram apreendidas e levadas para “prova” pela GNR. Para as autoridades que investigam o assalto trata-se de uma “estranha coincidência”.
Um dos vereadores da actual câmara, eleito pelo PSD, recusou comentar um roubo que apontou ter sido feito “madrugada alta de forma estranha”. Apenas prometeu levar o assunto “à próxima reunião, pública”, do executivo.


Já o Partido Socialista, que lidera a câmara, não quis prestar declarações. Apenas um membro da concelhia, “sem se identificar”, lembrou que “a culpa é do actual presidente”, António Caetano, que “quando tomou posse não quis fazer uma auditoria”.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt